Cern está perto de confirmar existência do Bóson de Higgs, dizem fontes
Físicos que pesquisam o surgimento do
universo estão perto de fazer importantes descobertas acerca do bóson de Higgs,
a chamada partícula do Big Bang, considerada um elemento fundamental para a
transformação dos restos da explosão espacial em estrelas e planetas, disseram
cientistas nesta terça-feira, 12.
Reuters
Mais da metade das
colisões provocadas não produzem dados relevantes para as pesquisas
Equipes do Centro Europeu de
Investigação Nuclear (Cern) usaram o colisor de hádrons (LHC), o maior
acelerador de partículas do mundo, tentam provar que a partícula realmente
existe. Analisando um imenso volume de dados, os físicos acreditam que finalmente
conseguirão atingir esse objetivo, afirmaram fontes ligadas ao projeto.
"Eles estão muito empolgados", disse um cientista próximo da equipe
do Cern, que falou sob condição de anonimato.
Sinais intensos do bóson de Higgs
foram identificados no mesmo raio em que foram encontrados durante pesquisas do
ano passado, acrescentaram as fontes. A identificação da partícula pode ser
possível mesmo com a curta vida do bóson - tão curta que é detectado somente
pelos traços que deixa.
Para identificar a partícula, o LHC
reproduz o Big Bang, já que ela teoricamente é produto da explosão e ajudaria a
compreender a formação do universo. O bóson foi batizado em homenagem a Peter
Higgs, que em 1964 elaborou a teoria da partícula. Caso a existência dela seja
confirmada, o físico muito provavelmente seria laureado com o prêmio Nobel.
As fontes deram as informações sobre
o progresso das pesquisas depois que os chefes do Cern determinaram
concentração de esforços na busca pelo bóson pouco antes da ICHEP, a
conferência internacional de física, que ocorre no Canadá, no meio de julho.
O LHC conduziu mais de 300 trilhões
de colisões de prótons somente em 2012 e houve especulações sobre as novidades
acerca do bóson, mas não há confirmação oficial de que o Cern está perto de
fazer um grande anúncio.
Segundo James Gillies, porta-voz do
Cern, só será anunciada uma descoberta quando os cientistas realmente tiverem o
que dizer. "O que o Atlas e o CMS terão ou não para 2012 é de conhecimento
das poucas pessoas envolvidas nos projetos", disse ele, referindo-se a
pesquisadores que também estudam a partícula, mas que foram
"blindados" das informações do Cern.
Em dezembro de 2011, depois de 16
meses conduzindo colisões a baixos níveis de energia, as duas equipes se uniram
ao Cern para afirmar que constataram "pequenas manifestações" do
bóson, mas que necessitariam de mais tempo para comprovar a existência da
partícula. Físicos indicam que mais da metade das colisões produzidas não dão
qualquer resultado relevante para as pesquisas.